Sites para acompanhar a situação das águas

Por Maurício Tuffani

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Pode parecer provincianismo diante de um tema nacional, mas começo este post tratando sobre São Paulo porque moro na região abastecida pelo Sistema Cantareira e me baseio em minha própria experiência pessoal com o assunto.

Acompanho diariamente pela internet o nível dos reservatórios desse sistema, que nesta manhã ainda mostra os 8,6% e volume de água armazenado registrados ontem à tarde (segunda-feira, 12.mai). Sempre que abro um dos navegadores de meu computador, uma das diversas páginas que se abrem automaticamente é a “Situação dos Mananciais”, do site da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

Essa página inclui dados dos outros cinco sistemas que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo — Alto Cotia, Alto Tietê, Guarapiranga, Rio Claro e Rio Grande. Além do volume de água, o site informa também a pluviometria (medida das chuvas) do dia anterior, a acumulada no mês e a média histórica do mês. E tem uma ferramenta que permite verificar esses dados para datas retroativas.

Histórico dos níveis

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Outra página muito interessante para acompanhar o Cantareira e os outros cinco sistemas de abastecimentos da Grande São Paulo é a “Mananciais de São Paulo”, do portal “O Eco”. Além de mostrar a medida das chuvas na véspera e a acumulada na semana anterior, ela mostra um gráfico do da variação do volume de água de cada um dos seis sistemas desde 1º de janeiro de 2003. E tem também uma ferramenta que permite consultar o mesmo tipo de dados para datas desse período.

Com essa ferramenta, o gráfico do Sistema Cantareira permite localizar facilmente dados importantes desde 2003, como os 18,3% de volume em 28 de novembro daquele ano, que foi o menor registro antes de 2014. Curiosamente, se verificarmos essa data na ferramenta “Situação dos Mananciais”, da Sabesp, encontraremos um dado muitíssimo menor, 1,9%.

Na verdade, encontraremos discrepâncias como essa para todos os dados de 2003 e até agosto de 2004. A partir de 1º de setembro daquele ano, a estatal passou a considerar no cálculo do volume total a reserva estratégica adotada na estruturação do sistema. “O Eco”, por sua vez, incorporou a estimativa da reserva aos dados anteriores a essa data.

Sistema nacional

Sala de situação da Agência Nacional de Águas, em Brasília. Foto: Natália Sampaio/Banco de Imagens/ANA
Sala de situação da Agência Nacional de Águas, em Brasília. Foto: Natália Sampaio/Banco de Imagens/ANA

A página da Sala de Situação da ANA (Agência Nacional de Águas) possui a maior base de dados do Brasil on-line sobre a situação em tempo real de chuvas, rios e reservatórios em todo o país. As informações são obtidas de cerca de 2.100 estações de coleta e transmissão de dados em todo o país, em parceria com os centros do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) de Cuiabá e de Cachoeira Paulista, onde são coordenados os trabalhos com satélites.

A Sala de Situação tem links para os seguintes boletins diários.

  • Acompanhamento do Sistema Hídrico Curema-Açu
  • Acompanhamento Hidrológico do Acre
  • Bacia do Alto Paraguai
  • Bacia do Rio Amazonas
  • Bacia do Rio Doce
  • Bacia do Rio Madeira
  • Bacia do Rio Paraíba do Sul
  • Bacia do Rio Parnaíba
  • Bacia do Rio São Francisco
  • GTAG-Cantareira: situação dos reservatórios
  • Reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN)

Nos dias atuais, vale a pena ter os links de bases de dados como essas nos favoritos dos navegadores que usamos. Seja porque recentemente as enchentes e secas se agravaram —em alguns casos pela ação humana—, seja porque as autoridades governamentais se pronunciam sobre esses problemas. Essas informações, devidamente complementadas por outras, são úteis para nos ajudar a tirar nossas próprias conclusões.