Além do desmatamento do tipo “corte raso” que já alcançou 759 mil quilômetros quadrados da Floresta Amazônica até 2013, apontados em reportagem minha nesta quinta-feira, Dia do Meio Ambiente, no caderno especial “Sustentabilidade”, da Folha, há outras formas de devastação na região, como indicou o próprio texto. Este post traz mais informações sobre isso.
Essa extensão total desmatada, que corresponde às áreas em amarelo no mapa acima, equivale à metade do Amazonas, ou, em números internacionais, é maior que o triplo da área do Reino Unido ou que o dobro da Alemanha. Mas ela não inclui áreas que foram muito danificadas pela extração predatória de madeira e principalmente pelo agravamento da degradação onde houve incêndios no passado.
Por serem essas áreas degradadas predominantemente “cicatrizes de incêndios florestais”, seu comportamento anual é muito influenciado por variações climáticas, como afirmou Dalton Morrisson Valeriano, gerente do Programa Amazônia do Inpe.
A degradação sem corte raso aconteceu em 2007 em 15,9 mil quilômetros quadrados e, no ano seguinte, cresceu cerca de 72%, alcançando 27,4 mil quilômetros quadrados —uma área aproximadamente igual à do estado de Alagoas. Quase metade, mais exatamente 47% dessa área degradada em 2008 correspondeu somente no Mato Grosso, como mostra a tabela a seguir.
“Interpretamos que o aumento em 2008 foi causado pelo fato de que 2007 foi um ano seco, com alta frequência de incêndios”, afirmou Valeriano.
Esse tipo de degradação diminuiu para 13,3 mil e 7,5 mil quilometros quadrados em 2009 e 2010, respectivamente, indicados na tabela a seguir. “Devemos divulgar os dados de 2011, 2012 e 2013 em breve”, disse o gerente do Inpe.
PS — Além da reportagem “Devastação amazônica soma área equivalente a duas Alemanhas“, escrevi para o caderno especial sobre o seminário “Sustentabilidade”, publicado neste Dia do Meio Ambiente, “Desafio para a Mata Alântica, que tem 12% de sua área original, é se recuperar”. E na versão online do caderno está também meu artigo “Conscientização avança, mas com poucos resultados”. Vejam essas e outras matérias do caderno especial sobre o seminário, que foi realizado em São Paulo nos dias 2 e 3.