O aquecimento global produzido por meio das emissões de carbono foi apontado como causa de ondas de calor na Austrália, Nova Zelândia, China, Coreia e Japão em 2013 no relatório “Explicando eventos extremos de 2013 sob uma perspectiva climática”, divulgado ontem (segunda-feira, 29.set) pela Sociedade Meteorológica Americana, e elaborado com a participação 92 pesquisadores de 14 países.
A influência do aquecimento global no recorde de calor na Austrália em 2013 foi destacada por cinco grupos de pesquisa independentes, que usaram métodos diferentes de análise.
Por outro lado, não foi estabelecida essa mesma causa para outros eventos meteorológicos e climáticos extremos —como secas nos Estados Unidos, ciclones na Alemanha e Dinamarca, inundações nas bacias dos rios Danúbio e Elba e nevascas prolongadas nos montes Pirineus, entre a França e a Espanha— que também foram analisados entre os 22 estudos do documento, que foi organizado com apoio da Agência Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (Noaa).
Há um grande valor científico em ter vários estudos que analisam o mesmo evento extremo para determinar os fatores subjacentes que podem tê-lo influenciado. disse Stephanie C. Herring, editora-chefe do relatóriodo Centro Nacional de Dados Climáticos da Noaa, segundo boletim da agência. Os resultados deste relatório não só acrescentam ao nosso corpo de conhecimento o que leva a eventos extremos, mas quais são as chances de eles acontecerem novamente, e com qual intensidade.”
Esses estudos foram também destacados ontem no site de notícias da revista “Science”. “Uma força do relatório é que várias equipes científicas tiveram como foco o mesmo evento”, disse Thomas Peterson, co-editor do relatório. Um único artigo aumenta o valor, mas cinco juntos éum sinal muito poderoso disse ele à reportagem.