Que tal pilotar uma nave que pode ser reduzida a dimensões inferiores à de um átomo, equipada com um disparador de raios, e partir em uma missão para detectar e capturar quarós, léptons, glúons, fótons e outras partículas? Para os fãs de games que querem aprender sobre estrutura da matéria, já está disponível gratuitamente para download o Sprace Game 2.0, que acrescenta 13 novos desafios às quatro missões originais da versão anterior, lançada em 2010.
A nova versão permite ao jogador salvar o jogo em qualquer etapa para continuá-la posteriormente. Outra novidade é o “modo exibição”, que retorna automaticamente ao menu principal após algum tempo de inatividade do jogador, que foi sugerida pela Academia de Ciências da Áustria, segundo a equipe do Sprace (Centro Regional de Análise de São Paulo), que é um núcleo que envolve pesquisadores de instituições como a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e o Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern).
Física atual
Uma das principais razões para a criação do primeiro Sprace Game foi a enorme defasagem entre o conhecimento atual da física de partículas —que envolve estudos por meio de grandes aceleradores de partículas, como o gigantesco LHC, na Suíça— e o conteúdo da grade curricular do ensino médio, que mal aborda o modelo atômico Rutherford-Bohr, que nem faz parte da disciplina de física, mas de química.
O Sprace 2.0 pode ser jogado não só em computadores com sistema operacional Windows (XP e posteriores), mas também aqueles que operam com Mac OS ou Linux que estejam rodando o plug-in Java mais recente.
A pedido de professores, o dispositivo de seleção de idioma —português, inglês e alemão— foi alterado para permitir a escolha a pedido de alguns professores, de forma que a nova versão do jogo permita escolher o idioma logo na abertura.
Três níveis
Outra novidade da versão 2.0 são os três níveis de dificuldade, que a tornam bem mais amigável para quem não tem prática com games, como eu, que não me dei bem com a anterior. (Aliás, quase provoquei um impacto no solo do caça que pilotei virtualmente para fazer uma reportagem sobre o sistema de orientação de caças da FAB. Minha prática com jogos eletrônicos começou e terminou com o Rebel Assault e com o Sonic the Hedgehog para fazer companhia ao meu filho há 20 anos).
Os dois games foram desenvolvidos com apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). O primeiro teve também apoio do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). A segunda versão do jogo foi produzida pela consultoria brasileira Summa Technology+Business e desenvolvida pela Black Widow Games Brasil.