Nesse ritmo, em 50 dias Cantareira só recupera volume morto

Por Maurício Tuffani
Reservatório Jaguari-Jacarí, em Bragança Paulista (SP), que faz parte do sistema Cantareira. Imagem: Luiz Moura/Folhapress, 13.out.2014
Reservatório Jaguari-Jacarí, em Bragança Paulista (SP), que faz parte do sistema Cantareira. Imagem: Luiz Moura/Folhapress, 13.out.2014

Se forem mantidos os mesmos níveis de chuva e de consumo de água dos últimos dias, o sistema Cantareira levará cerca de 50 dias para recuperar somente o que já foi consumido do chamado volume morto.

Essa estimativa é apenas uma projeção matemática otimista e abstrata, pois nesta semana muitas pessoas que moram na região metropolitana de São Paulo viajaram e muitos dos serviços reduziram suas atividades em função do feriado prolongado de Natal, diminuindo o consumo.

Desde terça-feira (23.dez), as chuvas na região entre a capital paulista e o sul de Minas Gerais acrescentaram ao sistema Cantareira cerca de 4,56 bilhões de litros de água, segundo dados das edições da segunda-feira (22.dez) e de hoje do “Boletim Diário ANA/DAEE de Monitoramento do Sistema Cantareira”. (Os dados do dia 22 valem para o seguinte porque foi mantido o mesmo nível de armazenamento.)

O volume total disponível nesse conjunto de reservatórios, que no dia 22 era de 68,57 bilhões de litros, hoje (26.dez) é 73,13 bilhões de litros. O sistema abastece cerca de 9 milhões de habitantes da região metropolitana de São Paulo.

Prefiro não usar dados sobre o Cantareira com base nos percentuais apontados no site “Situação dos Mananciais”, da Sabesp, por razões que já apontei neste blog. A história toda pode ser conferida nos posts “A Sabesp e sua ‘economia’ de informação” (20.out) e “Água não acabou, mas a informação já” (19.out).