Brasileiro se interessa por ciência, mas sabe pouco sobre ela

Por Maurício Tuffani
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Resultados: muito interessado (25,9%), interessado (35%), pouco interessado (25,4%), nada interessado (12,9%). Não souberam responder 0,7% e não responderam 0,1%. Imagem: CGEE (Centro de Gestão e Estudo Estratégicos)/Divulgação.

Ciência e tecnologia (C&T) é o quinto tema mais atrativo para o brasileiro, segundo uma pesquisa de opinião pública anunciada ontem (segunda-feira, 13.jul) pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). 61% dos entrevistados demonstraram interesse pelo assunto, que ficou atrás de medicina e saúde (78%), meio ambiente (78%), religião (75%) e economia (68%), mas superou arte e cultura (57%), esportes (56%), moda (34%) e política (27%).

O índice de interesse público por C&T no Brasil apontado por essa pesquisa é comparável às médias de levantamentos semelhantes feitos no exterior, como o de 56% na União Europeia em 2013. No entanto, a grande maioria dos entrevistados brasileiros demonstrou que sabe muito pouco sobre o assunto e que faz muito pouco para saber mais.

Resultados: "não" (93,3%) e "sim" (6,1%). 0,6% não responderam. Imagem: Centro de Gestão e Estudo Estratégicos (CGEE)/Divulgação
Resultados: não (93,3%) e sim (6,1%). Não responderam 0,6%.
Resultados: não (87,2%) e sim (12,4%). Não responderam 0,4%.
Resultados: não (87,2%) e sim (12,4%). Não responderam 0,4%.

Mais da metade (50,7%) dos que responderam à pesquisa afirmaram que “nunca ou quase nunca” leem sobre C&T na internet ou nas redes sociais. E 30,2% disseram que o fazem com pouca frequência. Resultado semelhantes aconteceram também em relação a jornais, revistas e outros meios de comunicação.

Dos participantes da enquete, 93,3% demonstraram não conhecer o nome de nenhum cientista brasileiro importante, e 87,2% não souberam mencionar nenhuma instituição de pesquisa do país. A pesquisa foi realizada pelo Centro de Gestão e Estudo Estratégicos (CGEE), uma organização social controlada pelo MCTI.

De dezembro de 2014 a março de 2015 foram entrevistados 1.962 brasileiros maiores de 16 anos de todas as regiões do país, estratificados por gênero, faixa etária, escolaridade e renda. Os resultados foram anunciados pelo ministro Aldo Rebelo, da Ciência, Tecnologia e Inovação, na 67ª Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), em São Carlos (SP).

O estudo indica que grande parte da sociedade brasileira vê a ciência positivamente, com resultados práticos no dia a dia das pessoas, trazendo mais benefícios do que prejuízos para a população. Essa foi a percepção de 73% dos entrevistados, que teve índice igual na China, mas foi menor nos Estados Unidos (67%), Espanha (64%), Itália (46%) e França (43%).

A pesquisa é a quarta realizada no Brasil com esse foco. A primeira foi feita em 1987 em parceria entre o Mast (Museu de Astronomia), CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e o Gallup. Duas outras pesquisas foram anunciadas em 2006 e 2010, coordenadas pelo ministério.

Os resultados do estudo podem ser consultados mais detalhadamente no site http://percepcaocti.cgee.org.br/.